"A cultura que queremos não se impõe, dança.
Não golpeia, fala. Não põe obstáculos, os retira".
Pegamos emprestado esta definição dos nossos irmãos
Zapatistas sobre a cultura, porque compartilhamos dela. A cultura que
também queremos, não é aquela que apenas chora, é
aquela que canta. Um Canto Pela Paz, diversifica a forma de cantar,
parece lamento, acalanto, denúncia, anunciação, protesto,
sinfonia, fala... todas de sotaques nossos, que dizem na língua de
variados estilos, da paz que queremos. A paz que queremos
irmãos/ãs de todas as paragens, não é a paz dos
cemitérios que calam no silêncio de nossa história
(Cabanagem, Guerrilha do Araguaia, Eldorado dos Carajás...). Não
é a paz da omissão bem comportada, muito menos a paz dos
conformistas. Nessas bandas de cá, criados entre rios e florestas, nas
tocaias, entre cabanos, posseiros, guerrilheiros, sem terras - despertamos
antes que descobertos pelos olhos dos dominantes - a planejar o grande assalto
na próxima lua cheia. Atentem a cada nota, a cada música
que bala esta obra: Um Canto Pela Paz é Rebelde, Bonito, Cheio
de Vida, como nosso Povo! Agradecemos a essa coluna de artistas que
cederam gentilmente suas composições e vozes para esse projeto
cultural. Esta contibuição foi inestimável e tornou
possível a concretização dessa cantoria de luta em defesa
da vida, de sons que ecoam do coração da Amazônia.
Belém, 05 de novembro de 2001
Direção Estadual MST-PA Os valores obtidos com a
venda do CD serão destinados exclusivamente para as campanhas em
favor da Reforma Agrária e contra a Violência no Campo
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