A terra coloca-se frente a frente Para dizer ao tribunal burguês
Que filho seu sempre é inocente.
No chão "armas" do crime, adormecidas
Foices, facões e enxadas apreendidas
Vão condenar a terra outra vez?
A mais 500 anos de xadrez?
De torturas, mortes e insensatez?
Vão condenar o que?
Nossa vontade de lutar?
Nosso destino de vencer?
Ou nosso direito de sonhar?
Que culpa podem ter as mãos de um povo
Que arma lonas para povoar a terra
Que usa a fome como arma de guerra
E faz da liberdade um canto novo?
Não! As sentenças não vem de canetas douradas
Que dormem preguiçosas nos bolsos magistrados
Os passos dos Sem Terra escrevem as sentenças
E a eles a terra devolve recompensas
E o gosto de comer a liberdade.
Agora a terra em festa quer abraçar seu filho
Que marchará em busca da esperança
Libertaremos a terra e seus viventes
Este será o maior presente
Que ficará escrito na memória.
Vai Zé! Fazer mais luta e criar seus filhos
Vai Zé! Ajudar a colocar os trilhos
Por onde passará o trem da história.
E lá na frente na sombra das bandeiras
Renascerá a vida em uma só trincheira
E cantaremos o hino da vitória.
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